Brasil pode ser hub regional de produção e exportação de semicondutores

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Brasil pode ser hub regional de produção e exportação de semicondutores

Diante da disputa internacional e as mudanças na cadeia global de valor de semicondutores, o Brasil pode se beneficiar e se tonar um hub regional de produção e exportação dos equipamentos, importantes para desenvolvimento de produtos de alta tecnologia. De acordo com o professor Keun Lee, do Departamento de Economia da Universidade Nacional de Seul, o cenário de “desglobalização” – com a crise financeira de 2008, o Brexit e a guerra comercial EUA-China – abre espaço para iniciativas regionais.

“Em relação à desglobalização, ela pode ser importante porque vocês estariam dando espaços para a formulação de políticas para permitir maiores capacidades domésticas. É importante que cada país experimente suas próprias políticas industriais de produção, com mais espaço sendo dado. E talvez nós possamos evitar muita dependência nessa cadeia global e passemos a depender mais de recursos domésticos ou regionais”, explicou o economista.

Em evento organizado pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e da Ciência, Tecnologia e Inovação em Brasília, nesta terça-feira (18), Keun Lee falou sobre a tensão entre EUA e China e as mudanças na cadeia global de valor de semicondutores, componentes fundamentais para a tecnologia moderna.

Ele mostrou diferentes dados sobre os movimentos internacionais de governos e empresas na cadeia de semicondutores. O principal foco foi a disputa entre China e Estados Unidos e os esforços da Coreia do Sul para sobreviver a esse conflito. Com a chamada Lei Chips, os Estados Unidos destinaram subsídios à produção e desenvolvimento de semicondutores no país. A Lei, no entanto, proíbe as empresas que recebem esses fundos de investir na produção de chips avançados na China.

Como isso, o professor explicou que para a China o foco é para o segmento de baixo custo, onde as restrições dos Estados Unidos são mais flexíveis e as demandas atuais de mercado são fortes, como chips para carros. Além disso, os chineses estão buscando alternativas e tecnologias emergentes, como chip de eletricidade. “Os EUA pretende construir sua própria cadeia global de valor no segmento de alta tecnologia. Mas isso demora. Toma tempo”, concluiu.

Mercado regional – Após a palestra, o secretário do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (SDIC/MDIC), Uallace Moreira, responsável pelo convite ao professor coreano, avaliou o potencial do Brasil no mercado dos semicondutores e destacou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis) para o país avançar no segmento.

“O Brasil tem um ecossistema já construído, principalmente no setor de back-end, de encapsulamento e testes, que possibilita fortalecer o setor diante de um cenário geopolítico extremamente favorável para nós. O Brasil é um país que pode ser um hub de produção e exportação regional de semicondutores, através de parcerias estratégicas tecnológicas com países como Estados Unidos, China e países europeus”, explicou o secretário.

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